24 de dez. de 2012

Feliz Natal e Feliz Ano Novo!


Feliz Natal e Feliz Ano Novo aos blogueiros parceiros e seguidores do blog. Que 2013 seja um ano fantástico para todos!

14 de dez. de 2012

Kalevala de Elias Lönnrot – DL 2012



Tema: Poesia
Mês: Dezembro de 2012 (Livro 4)
Leitura do mês: Kalevala: poema primeiro
Autor: Elias Lönnrot
Editora Ateliê editoria, 91 p.

Poema épico nacional finlandês, Kalevala resulta do trabalho de pesquisa, compilação e composição do erudito romântico Elias Lönnrot (1802-1884), a partir de diversas fontes da tradição oral camponesa da Finlândia. O texto, composto por cinquenta cantos, tornou-se obra da literatura finlandesa e um de seus símbolos de identidade nacional. (Sinopse: Skoob)

Kalevala: poema primeiro faz parte do conjunto de narrativas épicas finlandesas chamado Kalevala. Esse livro narra somente a primeira parte desse conjunto, a criação do mundo e o nascimento do herói Väinamöinem. Desde que descobri que Kalevala havia sido uma grande fonte de inspiração para Tolkien, eu queria ler esse livro. Depois de muito procurar, encontrei essa edição, que na verdade, não é toda a história do poema, é somente o primeiro poema (como diz o subtítulo). Essa edição é a mais atual tradução do poema para o português brasileiro, e é uma delícia de ler. Nunca fui chegada em poesia (traumas de colégio), mas adorei esse livro. Fãs de Tolkien como eu percebem logo de cara a influência. Uma escolha ótima para encerrar o Desafio Literário 2012.

Eneida de Virgílio – DL 2012



Tema: Poesia
Mês: Dezembro de 2012 (Livro 3)
Leitura do mês: Eneida
Autor: Virgílio
Editora Martins Fontes, 443 p.

A obra de Púbio Virgílio Marão, que ficaria conhecido como Virgílio, foi o modelo de toda a poesia que se escreveu no Ocidente até o século XVII. Os gêneros cultivados por Virgílio foram tomados de empréstimo da literatura grega, mas ele imprimiu à sua poesia uma marca pessoal e inconfundível, derivada de sai sensibilidade artística e da maestria com que trabalhou seus versos. Camões, Tasso, Milton e todos os grandes poetas épicos dos séculos XVI e XVII são virgilianos. Sua maior obra, a epopéia "Eneida", foi projetada durante os anos 29 e 27 a. C. e é considerada o maior poema da romanidade. (Sinopse: Skoob)

O poema que narra a história mitológica dos romanos, criado por Virgílio para mistificar o império. Na “cronologia” dos poemas épicos ocidentais, Eneida vem logo em seguida a Ilíada, pois narra a história dos sobreviventes da guerra de Tróia e seus descendentes, e a forma como eles criaram as bases para um império maior que o grego. Os derrotados vencem os vitoriosos. Mesmo sendo mais difícil de ler (já li tanto sobre mitologia Greco-romana que enjoei), esse livro é ótimo. Muito recomendado.

A Ilíada de Homero – DL 2012


Tema: Poesia 
Mês: Dezembro de 2012 (Livros 1 e 2) 
Leitura do mês: A Ilíada (vol. 1 e 2) 
Autor: Homero 
Editora Arx, 482 p. / 487 p. 

A Ilíada, epopéia homérica em 24 cantos, narra as aventuras do herói grego Aquiles durante a última fase da Guerra de Tróia, na região da Tessália. Em seus quase 16 mil versos, a obra fala de guerra e heroísmo, mas também deixa muito clara e aparente a debilidade do ser humano diante das incertezas que o destino lhe reserva; a vontade dos deuses e a sorte do homem, fortuna e fatalidade caminham sempre juntas, a cada canto. Neste primeiro volume da edição bilíngüe em grego e português estão compreendidos os 12 primeiros cantos do grandioso poema homérico. (Sinopse: Skoob)
No primeiro volume, Aquiles vai para a Guerra de Tróia; nesses doze últimos cantos, Homero narra a volta do herói ao campo de batalha. Os combates sangrentos, os conflitos gerados pela luta, as dúvidas que terão de ser respondidas fazem da obra de Homero uma das mais atuais, apesar de ter sido escrita há tantos séculos. Haroldo de Campos faz com que o leitor tenha acesso à obra original por meio de sua releitura e confere a Homero a importância que ele merece ter reconhecida e que há muito vem sendo negligenciada. São quase oito mil versos em uma edição histórica bilíngüe, greco-português, em que o tradutor, que levou dez anos para concluir seu trabalho, fez questão de manter a fidelidade ao texto original. (Sinopse: Skoob)

A Ilíada é... bom, é a Ilíada. Como muita gente, eu descobri esse livro na época do colégio, li uma daquelas versões infantis. E a história acabou ficando na minha mente (foi a partir daí que passei a me interessar por mitologia e história). Anos depois, fui atrás de uma edição boa, de preferência bilíngüe, e eis que encontro essa, com a tradução de Haroldo de Campos, considerada uma das melhores edições. Demorei um tempão para comprar, mas consegui. E acabei guardando (era um livro que eu queria ter, achava que não ia ler porque nunca gostei de poesia). Mesmo sabendo que os filmes e outros livros que já havia visto e lido não contavam a história completa ou da forma correta, o livro continuou guardado. Então, essa categoria do Desafio Literário me deu uma chance de ler. Adorei, é claro. Recomendo, porque só assim percebemos a verdadeira grandiosidade dessa história.

12 de dez. de 2012

The devil’s fan club (Mark Kirkbride)


Título: The devil’s fan club
Autor: Mark Kirkbride
Ebook, 257p.

Twisted twins meet a man at a nightclub who tempts them with the prospect of joining a criminal circle – yet there’s a catch.
Seventeen-year-old twins James and Louise meet enigmatic Nick at Hell nightspot. He's been questioned by police in the hunt for the serial killer terrorising West London and they suspect it is him. But he appeals to their rebellious natures by tempting them with the prospect of joining a secret society, the Devil’s Fan Club, and they are ripe for corruption. So even when they learn that members must commit a crime and theirs is the ultimate one, they are enthralled. Half-believing they’ve met him, they go over to the Devil’s camp. And rather than trying to catch a killer, they cover for one. Yet while they yearn to join Nick’s club, the task is too dreadful to complete. The killer gets closer. And James fears Louise will be next. But sometimes the most fertile breeding ground for evil is innocence... (Sinopse: Amazon)

Esse tipo de leitura não faz meu gênero, mas quando o autor, Mark Kirkbride entrou em contato pelo blog e perguntou se eu me interessaria em ler seu livro e postar uma resenha, não vi porque negar, Afinal, livro é livro. A história chama a atenção porque desde o início já existe uma busca por um assassino em série. James e Louise só realmente percebem no que se envolveram quando, como participantes da sociedade secreta de Nick, estão acobertando crimes ao invés de caçarem o criminoso. Fiquei apavorada do início ao fim da história (é exatamente por isso que não sou fã deste tipo de livro), mas o autor prende a atenção ao retratar uma verdadeira obsessão. Recomendo aos que gostam do estilo de leitura.

Guardians volume 3 (Luciane Rangel)


Título: Guardians – volume 3
Autora: Luciane Rangel
Editora Lexia, 222 p.

Sophie está presa no mundo youkai, sem saber que de nada do que está acontecendo. Ela consegue fugir e no caminho encontra Anne e Hayato que, com ajuda de Kiara, uma youki do bem, estavam à sua procura. Os quatro se juntam em busca de uma passagem que leve de volta a praia onde se encontra a barreira, mas no caminho um acontecimento trágico faz com que o poder do signo de sagitário se perca. Ao mesmo tempo, os outros guardiões, dispersos pela “explosão” ocorrida dias antes, começam a se encontrar e também se encaminham para a praia para fecharem de vez a barreira. Mas eles não esperavam encontrar lá Hikari e Kuro. E a ariana, muito esperta, engana a todos e faz o que nunca imaginou que seria capaz: mata o próprio pai. Mesmo com o rei dos youkais morto, eles ainda precisam fechar a barreira. E a falta do guardião de sagitário é sentida, pois precisavam de sua energia. Mesmo assim, os guardiões restantes cumprem sua missão, mas não sem alguns dele sofrerem perdas pessoais. Mas o final feliz existe, sim, pois agora Marco e Sophie tem suas filhas e sua família de volta.

Luciane Rangel finaliza de forma brilhante a história desse grupo de 12 guerreiros regidos pelos signos do Zodíaco contra as forças do mal. Muitas surpresas, acontecimentos muitos tristes e outros felizes, e um final surpreendente. Não canso de ficar pasma com a capacidade da autora em surpreender. Mesmo que eu já soubesse ou suspeitasse ou até quisesse que alguns acontecimentos se tornassem realidade. Mesmo quando eu me mantinha em cima do muro, por assim dizer, quando se tratava de Mic-Marie-Mau. Mas o final foi do jeito que tinha que ser mesmo. Para todos. Amei a leitura, amei conhecer (mesmo que só virtualmente) a autora e mais ainda amei saber que existe tanto talento no mundo jovem literário brasileiro.

Herança (Christopher Paolini)



Título: Herança
Autor: Christopher Paolini
Editora Rocco Jovens Leitores, 790 p.

Os varden lutam para conquistar as cidades e se aproximam cada vez mais da capital do império. Eragon e Saphira sofrem uma perda irreparável e agora precisam buscar sozinhos uma maneira de derrotar de vez o tirano Galbatorix. Nesse meio tempo, Rohan está as voltas, preocupado com a situação dos varden, cuja derrota significará a morte de sua esposa e filho. Ele agora assume papéis de comando, pois já provou seu valor a Nasuada. A conquista das cidades continua. Eragon, em um treinamento com Arya, consegue, indiretamente, fazer com que Glaedr, através de seu eldunarí, se manifeste e continue orientando ele e Saphira. Quando Jeod, amigo de Brom e um dos que ajudou no roubo do ovo de Saphira dos cofres do rei, afirma que descobriu uma nova entrada escondida para Dras-Leona, Eragon decide verificar, mas ele e Arya são capturados. Com a ajuda de Angela e Solembum eles escapam, ao mesmo tempo em que Murtagh e Thorn abandonam a cidade. Mas voltam, incendeiam o acampamento varden e capturam Nasuada. Os chefes das várias facções entram em ação, e cumprem o desejo dela, de nomear Eragon o novo líder. Atordoado, ele se prende a antiga afirmação do menino-gato sobre a Pedra de Kuthian e o Cofre das Almas. Através de um estratagema, Eragon e Saphira conseguem voar para onde pensam que podem encontrar tais objetos. Nesse meio tempo, Nasuada está presa. Galbatorix em pessoa aparece para convencê-la a mudar de lado, torturando-a. Murtagh acompanha o rei, mas sempre volta para ajudá-la e minimizar suas dores. Os dois começam a conversar e se entendem brevemente. Nesse ínterim, Eragon descobre muito mais do que jamais ousara sonhar, algo que pode ajudar a derrotar Galbatorix definitivamente. De posse desse novo conhecimento, ele e Saphira partem para Urû’baen, onde o confronto final será decisivo para todos os povos da Alagaësia.

Por que será que toda história com elfos me deixa assim, com uma sensação de que o final feliz não foi tão feliz assim? Será que os contos de fadas da Disney me deixaram tão mal acostumada? Quer dizer, eu adoro O Senhor dos Anéis (se existiu um autor para contar uma boa história élfica foi Tolkien) e eu também queria um final feliz para Murtagh e Thorn e apesar deles se libertarem, não foi do jeito que eu esperava. E o final... Bom, eu sabia mais ou menos que acabaria assim (o primeiro livro dá a dica, e foi uma das coisas que mais me fez ver a influência de Tolkien nessa história), mas ainda assim me surpreendi. Outra surpresa: considerando que os dragões das capas correspondem aos dragões que surgem em cada livro, eu sabia que o último ovo seria verde. O que eu nem remotamente suspeitava era sobre quem seria o novo cavaleiro. Gostei dessa parte também. Diferente de muitos livros, onde após o cumprimento da missão o final é corrido, Paolini soube dosar bem os acontecimentos, não ficou corrido nem lento. Só me deixou, como eu disse, com um gosto de quero mais. Uma tetralogia excelente, repleta de todos os elementos necessários para um bom livro da fantasia. Totalmente recomendado.

30 de nov. de 2012

Os filhos de Húrin de J.R.R. Tolkien – DL 2012


Tema: Escritor africano
Mês: Novembro de 2012 (Livro 2)
Leitura do mês: Os filhos de Húrin
Autor: J.R.R. Tolkien
Editora Martins Fontes, 336 p.

Em eras antigas, quando o primeiro Senhor do Escuro habitava Angband, a história dps filhos de Húrin desenrola-se sob a sombra do medo de Morgoth. Húrin é um dos maiores guerreiros humanos. Aprisionado por Morgoth ao fim das batalhas das Nirnaeth Arnoediad (As Lágrimas Incontáveis), é amaldiçoado por se recusar a trair os elfos, é acorrentado a uma cadeira num alto pico e forçado a assistir a todos os males que se abateram sobre a sua própria família.
Túrin, seu filho, é mandado por sua mãe Morwen para Doriath, reino de Thingol e Melian, e pelo rei é adotado como filho. O tempo passa, sua irmã Nienor nasce e ele cresce e se torna um guerreiro temido pelos inimigos. No entanto, Túrin sempre se incomodou com o fato de sua mãe e irmã ainda estarem longe. Num acidente, causa a morte de um dos conselheiros de Thingol. Julgando-se exilado pelo rei, ele foge e a partir daí, diversos acontecimentos nefastos o acompanham. É a manifestação da maldição de Morgoth. Ele passa a viver em vários lugares e se torna temido por muitos. Tentando manter escondida a maldição, ele assume vários nomes e acaba atraindo para si o amor de Finduilas, filha do rei Orodreth. Seu segredo é revelado por Glaurung, o dragão de Morgoth, no ataque a cidade. Hipnotizado pelo olhar do dragão, ele assiste impotente a captura de Finduilas e é levado a acreditar que sua mãe e irmã estão em perigo, quando na verdade elas já estavam seguras em Doriath. Morwen e Nienor, ao saberem da destruição de Nargothrond, partem precipitadamente em busca de Túrin, mas se perdem uma da outra e sua comitiva. Glaurung, poderoso agente da maldição de seu mestre maligno, aborda Nienor e a enfeitiça. Ela perde a memória e se põe em fuga desesperada, caindo desacordada. Enquanto isso, Túrin descobre o destino de Finduilas e passa a morar em Brethil, quando adota o nome Turambar. Ele encontra no túmulo da donzela élfica sua irmã desacordada. Sem saber de seu parentesco, cuida dela e a convivência faz com que se apaixonem e casem. Quando Glaurung volta a atacar, Túrin toma sua espada e parte para matá-lo. Quando ele consegue, o sangue de Glaurung queima sua mão, e ele desmaia, mas Nienor, agora Níniel, o encontra. Nos estertores da morte, Glaurung desfaz seu feitiço e revela a verdade. Enlouquecida pelo pesar, ela se atira no abismo. Quando Túrin acorda, encontra sua mão enfaixada, e descobrindo toda a história, atira-se sobre sua espada. Tempos depois, Morwen e Húrin encontram-se pela última vez no túmulo do filho.

Uma das histórias mais trágicas da Terra-média. Mesmo sabendo que todos os acontecimentos deviam-se a uma maldição, ainda fiquei esperando para ver alguma coisa boa... quando os irmãos se apaixonam, percebi logo que minhas esperanças eram vãs. E aceitei o fato de estar lendo um conto trágico, algo que nunca foi uma das minhas preferências (para ver o poder da escrita de Tolkien). As ilustrações do livro foram mais um fator que me levaram a comprá-lo, além do fato de que, depois de terminar a leitura de O Senhor dos Anéis, andava me consumindo para ler algo novo escrito por Tolkien (sonho com o dia que será anunciada a publicação em português dos volumes da História da Terra-média). Mesmo que a história já tenha sido apresentada superficialmente n’ O Silmarillion, valeu a pena conhecer mais a fundo a vida de Túrin Turambar. Leitura muito indicada.

Contos inacabados de J.R.R. Tolkien – DL 2012


Tema: Escritor africano
Mês: Novembro de 2012 (Livro 1)
Leitura do mês: Contos inacabados
Autor: J.R.R. Tolkien
Editora Martins Fontes, 592 p.

Contos Inacabados é uma coletânea de histórias esboçadas por Tolkien e publicadas postumamente por seu filho Christopher. Essa obra complementa, corrige, explica alguns acontecimentos relatados n’ O Silmarillion, n’ O Senhor dos Anéis e n’ O Hobbit. Neste livro, é contada a jornada de Tuor até sua chegada em Gondolin, o conto dos filhos de Húrin, é feita uma descrição da ilha de Númenor e a história de um de seus principais reis, Aldarion. Também conta a história de Galadriel e Celeborn, a amizade entre Gondor e Rohan e outros relatos sobre o Um Anel. Também conhecemos a história dos Istari, sobre os druédain e os palantíri, além de uma lista da linhagem de reis de Númenor desde Elros. Tudo isso com notas explicativas e observações de Christopher.

Um dos melhores livros de Tolkien justamente por causa das notas explicativas de seu filho Christopher, porque esclarece várias questões apresentadas principalmente n’ O Silmarillion. Os episódios referentes a ilha de Númenor sempre me chamaram atenção, e amei a história de Aldarion e Erendis. O livro não apresenta uma história única, são várias histórias independentes. O livro é um ótimo complemento ao cânone tolkeniano, mesmo apresentando o que chamo de pouca coerência. Aconselho a quem quiser lê-lo: não o faça, a menos que já tenha algum conhecimento sobre Tolkien.

18 de nov. de 2012

Tarde de autógrafos com Luciane Rangel e Larissa Siriani




Minha querida parceira Luciane Rangel estará realizando um evento em São Paulo junto com a autora de As Bruxas de Oxford, Toda garota quer e Vermelho sangue, Larissa Siriani, na livraria Martins Fontes, dia 08 de dezembro, a partir das 16h. Vai rolar muita coisa legal, um bate papo com as autoras, brincadeiras, sorteios,... Para saber mais, é só dar uma olhada na página do evento. E marcar presença.

Para saber mais sobre Guardians, ler as resenhas aqui.
Página de Luciane Rangel.
Blog de Guardians.

Para saber mais sobre Larissa Siriani e seus livros, veja seu blog.

Passion & purity: Edward Rochester (Femnista) II

Um novo artigo publicado na webzine Femnista, de Setembro-Outubro de 2011, desta vez analisando um dos meus heróis literários favoritos: Edward Rochester.

Paixão e pureza: Edward Rochester (Passion & purity: Edward Rochester). 
Autora (Author): Charity Bishop

A literatura está cheia de homens maravilhosos e abnegados... e então há Edward Rochester, o sombrio anti-herói em Jane Eyre, de Charlotte Bronte. Mal-educado, grosseiro e mentiroso, ele encarna a definição do que as mulheres não devem querer em um homem, mas ainda assim somos levadas a ele. Ele é digno de nossa piedade e admiração ou devemos desprezá-lo por sua intenção de manipular Jane?
Para entender Edward é preciso lembrar a sua história, o que não dá desculpa para seu presente, mas concede-nos um olhar de sua alma. Quando jovem, ele cometeu alguns erros terríveis... particularmente foi forçado a casar com uma mulher que ele nunca havia encontrado antes para garantir a estabilidade financeira de seu pai. Edward logo descobriu que sua noiva era louca e, portanto, ficou preso em um casamento do qual não podia escapar. Quando a maioria dos homens teria colocado Bertha em um asilo, ele não poderia imaginar submetê-la a tais horrores (naqueles dias os habitantes de asilos eram tratados como pouco mais que animais ferozes) e fez arranjos permanentes para a sua estada em Thornfield sob os cuidados de uma enfermeira. Com sua fé na humanidade perdida e todas as chances de encontrar um amor e uma boa esposa cruelmente frustradas, Edward tornou-se resignado a uma existência maçante, sem sentido, entregando-se às coisas do mundo para preencher o vazio em sua vida. Mas a riqueza, a companhia de belas mulheres, e as viagens intermináveis não lhe concederam qualquer forma de felicidade duradoura. Ele se ressente de ter que cuidar de Adele, a filha de uma de suas amantes, cuja mãe abandonou-a aos seus cuidados, sob o pretexto de que a criança era dele. Ao invés de encontrar alegria na presença dela, ele a deixa em casa, continuando em suas viagens, e quando ele está presente, faz pouco mais que insultá-la. Edward chafurda em auto-piedade e miséria até a chegada de Jane, quando ele percebe que não pode estar além da redenção. Infelizmente, o seu estilo de vida anterior habituou-o a buscar o prazer sem se preocupar com as conseqüências, assim ele decide manipular Jane para que ela sinta ciúme de seu interesse fingido em Blanche Ingram, para que Jane possa experimentar alguns dos seus tormentos. Ele acredita erradamente que ao possuir Jane e sua bondade, vai encontrar a felicidade, nunca percebendo que tirando sua pureza tiraria a própria coisa que ele mais ama a respeito dela. Mesmo assim, por causa de sua moralidade, ele sabe que não pode reclamá-la através de meios tão flagrantes então ele recorre a mais mentiras na esperança de seduzi-la em um casamento que, de acordo com a lei, é falso.
A verdade é descoberta na manhã de seu casamento. Jane está profundamente magoada e apesar dos apelos chorosos de Edward, recusa-se a ficar em Thornfield como sua amante. Sua escolha em manter a sua fé e deixá-lo, apesar de seu amor por ele é o que o quebra ao ponto da redenção. Se ela tivesse escolhido ceder e sacrificar a sua virtude e princípios, eventualmente, ele teria odiado-a por ter abandonado suas crenças por causa dele. Sua culpa teria sido imensa, ele continuaria sentindo aversão a si próprio, ao mesmo tempo em que descobriria que a felicidade não pode prosperar em pecado.
A evidência da influência de Jane sobre ele torna-se aparente em suas ações para com Bertha quando ela coloca a casa em chamas. O Edward anterior cuidou dela por um senso detestado de dever e obrigação (a sua distância emocional de Adele é um bom exemplo disso) ao invés de qualquer verdadeira compaixão e ele não teria arriscado a sua vida na tentativa de resgatá-la. Ele poderia até mesmo ter visto a sua morte potencial como uma forma de libertação do seu atual estado infeliz. Mas porque Jane e seus princípios firmes fizeram-no aspirar a coisas maiores, embora a morte de Bertha significasse sua liberdade, ele vai para a casa em chamas atrás dela, perdendo a visão e o uso de uma mão no processo. O orgulhoso e ameaçador Rochester é reduzido a uma concha de sua antiga personalidade, um homem que agora deve depender da compaixão dos outros. Ele é ainda mais humilhado no retorno de Jane, quando ele descobre que ela não quer nada; suas experiências com seus primos a tornou financeiramente segura e auto-confiante. Jane sobreviveu a um coração partido e se tornou mais forte para ele. Ela já não precisa dele para preencher o vazio em sua vida, pois ela descobriu sua família. Nem ela precisa dele para atuar como seu protetor. Não mais uma governanta, Jane é em todos os sentidos sua igual. Ela escolhe voltar para ele não por necessidade, mas por sentir um amor genuíno por ele que transcende seu estado quebrado e permite que ela, finalmente, dê a ele a verdadeira felicidade.
Em muitos aspectos, o romance Jane Eyre é tanto uma história de fé quanto é um romance. Muitos tipos de fé estão representados nele, da crueldade da falsa crença na escola para a doçura de Helen, que ajuda Jane a entender que a obediência a Deus é mais do que evitar o inferno. Há St. John, cuja determinação em ser um missionário se opõe a qualquer forma de paixão física ou amor genuíno. E depois há a fé inabalável de Jane, que a proíbe de ser amante de Edward e traz sua redenção final. Embora no romance os temas do amor e da fé sejam inseparáveis, as adaptações da maioria dos filmes minimizam-nos tanto quanto possível e ao fazê-lo, fazem ao espectador um grave desserviço. Edward e Jane são mais conhecidos nas páginas do romance que os trouxeram à vida. Mas a única adaptação que traz o tom religioso e os conflitos do romance para a superfície é o curta musical da Broadway, cheio de canções gloriosas e dramáticas que retratam o tormento de Edward em enganar Jane e sua miséria em deixá-lo. Ele incorpora muito do diálogo original da autora de forma única e emocionante e eu recomendo ouvir o álbum. Para mim continua a ser a versão perfeita, apesar de ser um áudio ao invés de representação visual da história.
Edward veio à vida muitas vezes através de diferentes representações de muitos atores talentosos, mas minha representação favorita é da recente minissérie da BBC. Ao invés de cair presa da tentação de fazer um Edward sem senso de humor, Toby Stephens se aproxima do personagem com flerte e encanto, de tal forma que, pela primeira vez, o meu senso de moralidade foi abalado apenas o suficiente para esperar que Jane possa mudar de idéia. É aí que reside a força da história e do seu poder, que nos pede para escolher entre o que nosso coração deseja para Jane e Edward e o que seria melhor para eles. Edward é um homem imperfeito, mas fez tanto melhor no final.

A garota da capa vermelha (Sarah Blakley-Cartwright)


Título: A garota da capa vermelha
Autora: Sarah Blakley-Cartwright
Editora Moderna, 339p.

Valerie era pequena quando testemunhou o sacrifício que seu povoado deveria fazer toda noite de lua para que o Lobo deixasse-os em paz. Anos depois, já uma moça, sua irmã Lucie e suas amigas estão prontas para ir ao acampamento, colher feno e conhecer rapazes... No meio do trabalho, Valerie não acredita na silhueta que acaba de ver: é Peter, seu amigo de infância que fugiu com o pai, anos atrás. Eles marcam de se encontrar, mas antes que isso possa acontecer, a lua vermelha, a lua do Lobo surge no céu. Um uivo a desperta de seu transe de incredulidade, Peter não apareceu e Valerie só pode voltar para a aldeia, onde os aldeões estão se preparando para mais uma “visita” do Lobo. O dia seguinte faz com que Valerie e sua família enfrentem uma desgraça e a dor. Após os homens da aldeia saírem a caça do Lobo e estarem convencidos de que mataram a besta certa, Father Solomon, um famoso caçador, afirma que mataram o bicho errado. Assim, a aldeia fica entregue as novas regras impostas por Solomon. E Valerie precisa lidar com suas suspeitas em relação a Peter, seu noivado arranjado com Henry e acima de tudo, precisa entender o mistério em torno do Lobo.

Uma das melhores releituras de um conto clássico. Escaldada depois de A meia irmã de Cinderela, esse livro foi uma excelente surpresa, principalmente porque não vi o filme (esse livro foi adaptado do roteiro do filme de mesmo nome). A história explora as variações que todo mundo conhece do conto do Chapeuzinho Vermelho (a avó vira o lobo, o lobo é morto, sua barriga é costurada com pedras dentro e ele é jogado em um rio...), mas a surpresa maior fica mesmo por conta do final. Não só porque o fim da história é mesmo surpreendente, mas porque para lê-lo, precisa-se acessar o site da editora. Uma história que prende a atenção desde o início. Muito recomendado.

7 de nov. de 2012

Guardians volume 2 (Luciane Rangel)


Título: Guardians – volume 2
Autora: Luciane Rangel
Editora Lexia, 392 p.

Após Anne descobrir que havia sido adotada, os guardiões ficam sem saber o que fazer, afinal, como ela poderia ser dona do colar de Câncer? Quem seriam seus pais verdadeiros? Anne é ou não uma guardiã? Quando eles estão tentando descobrir essas respostas, o segredo de Sophie é finalmente revelado: ela teve uma filha com o guardião de Câncer, mas ambos estão mortos. No entanto, a ariana se surpreende com o que sente enquanto cuida de Anne, que havia sido envenenada por Kuro, o rei dos youkais. Com a confissão de Sophie, Hikari se sente mais confusa que nunca. No meio de toda essa confusão, os outros guardiões também precisam lidar com seus problemas pessoais. Quando Sophie termina seu relacionamento com Hayato, ele comete um ato grotesco, machucando Anne irremediavelmente e sem querer, acaba descobrindo que a jovem é realmente a guardiã atual de Câncer, a suposta filha morta de Marco e Sophie. Esta ainda se recusa a acreditar, mas provas irrefutáveis a convencem no mesmo momento em que ela percebe o que Hayato fez. O caos, no entanto, não impede que os dias passem; barreira está para ser aberta irremediavelmente. Quando todos estão se preparando para sua missão, Anne é seqüestrada a mando de Kuro, que aceita realizar a troca dela por Sophie. Hikari descobre quem é seu verdadeiro pai e sua energia desperta. E agora? Os guardiões restantes sabem que precisam resgatar todos antes de fechar a barreira, mas será que eles vão conseguir? E Marco, será que está mesmo morto? Hikari ainda vai ajudá-los a derrotar o rei dos youkais? 

Uma leitura de tirar o fôlego, foi exatamente essa a sensação que eu tive. Quando se pensa que já se descobriu tudo, Luciane Rangel aparece com mais uma surpresa para deixar o leitor roendo as unhas de antecipação. Li esse livro em poucos dias e não agüentei, fui direto para o terceiro volume (resenha em breve). O livro com mais detalhes da trilogia Guardians, mostra a origem de certos sentimentos, responde algumas perguntas e mostra o valor do sentimento entre uma mãe e suas filhas. Tudo isso em uma Tóquio abandonada (não pude evitar de pensar neste cenário como a Nova York do filme “Eu sou a lenda” :P) Não só porque é uma continuação, mas pelo tom de mistério e aventura, livro totalmente recomendado.

A gente ama, a gente sonha (Fabiane Ribeiro)



Título: A gente ama, a gente sonha
Autora: Fabiane Ribeiro
Ebook, 260p.

“Azul. Cor extinta da natureza há décadas na realidade em que vivia.” 

O mundo mudou muito. Anos, séculos, milênios de utilização irresponsável levaram a continua destruição de um planeta. Agora, as pessoas vivem em redomas, Extremamente ricos e Ricos, uma proteção contra a poluição alarmante que está matando todos que não podem pagar por ela: os Pobres e Miseráveis (sim, as classes sociais são exatamente essas). O Maquinário controla tudo. Zildhe está correndo, utilizando suas últimas forças para chegar ao posto de respiração e tentar colocar algum ar puro em seus pulmões saturados de tanto ar envenenado.
Vanessa está intrigada com seus sonhos. Quando ela acha, em meio ao lodo daquilo que um dia foi um belo mar azul, uma garrafa de vidro azul e vê o que ela continha, sua euforia é imensa, pois ela sempre foi fascinada pelos estudos dos Antigos daquilo que não existia mais. E é de posse da mensagem no pedaço de tecido encontrado dentro da garrafa que Vanessa começa a pensar em seu mundo.... No Hospital dos Embriões, ela trabalha como Geradora, cuidando para que as crianças nasçam no momento certo. Seu choque inicial ao ver Zildhe sufocando no corredor esperando uma imagem de seu filho ainda não passou. Quando descobre que o filho dela é deficiente e será descartado, uma sensação estranha a leva onde Zildhe está em seus momentos finais. Uma pergunta não respondida, um novo sentimento, indagações íntimas e uma promessa. É o início de uma nova mudança.

Mais um livro da querida escritora parceira Fabiane Ribeiro. Eu sabia que ficaria impressionada com esse livro como havia ficado com o Corações em fase terminal, leia resenha aqui, mas nada me preparou para o que eu li. Talvez pelas incomuns divisões sociais, o planeta estar a beira da destruição, o domínio das máquinas, um governo com mão de ferro, eu tenha me lembrado de Jogos Vorazes. E um pouco de Divergente. No entanto, Fabiane conseguiu ser mais drástica.
Um mundo grosseiramente modificado pela má atuação humana nele; a divisão em classes sociais no mínimo incomuns, mas que retratam perfeitamente a situação vivida na história; uma sociedade programada, desprovida de emoções essencialmente humanas. O livro todo me levou a pensar: será essa a expectativa de vida das pessoas quando o planeta estiver a beira da extinção? Será que vamos chegar a esse extremo das redomas? O que raios estamos fazendo com nosso planeta? A gente ama, a gente sonha proporciona muito mais que uma boa leitura, ele também suscita uma visão consciente do mundo. Mil estrelas.

A última nota (Lu Piras e Felipe Colbert)


Foi liberada ontem no facebook a capa do novo livro da parceira Lu Piras, em parceria com Felipe Colbert. Disponível a partir de dezembro nas livrarias do país, um excelente presente de Natal :)

Quando Alícia Mastropoulos se apresenta pela primeira vez como a principal violinista na Orquestra de sua Universidade, ela não tem ideia dos acontecimentos que este fato desencadeará. Decidida a tocar uma composição inédita deixada por seu falecido avô em vez da música programada, ela se emociona e erra a última nota, mas ninguém parece perceber. No dia seguinte, recebe a notícia que um jovem desconhecido é encontrado no coreto próximo ao local da apresentação e levado para um hospital. Quando acorda, ele não se lembra de nada, apenas chama pelo nome dela. Ele, o belo e misterioso rapaz de olhos azuis, é exatamente o que Alícia precisa evitar. Porém, a aproximação entre os dois se torna inevitável quando ela descobre que sua avó, Cecília, tomando conhecimento do caso, hospedou-o e ainda lhe deu o nome de Sebastian. Preocupada, Alícia pede que sua avó o afaste de casa, antes que a situação traga problemas para sua família e para o seu namoro com Theo. Percebendo a relutância da avó e incomodada com a proximidade cada vez maior de Sebastian, Alícia decide apressar o noivado com Theo, para a satisfação de seus pais, que veem com bons olhos um casamento entre duas famílias tradicionais gregas. Só que, aos poucos, ela começa a descobrir uma intensa atração pelo rapaz desconhecido, que a levará a entender, enfim, o mistério que o envolve, a resgatar histórias do passado e a tomar importantes decisões para o futuro. (Sinopse: Skoob)

30 de out. de 2012

Novidades de Roberta Spindler chegando


Aos fãs de Roberta Spindler, vem novidades por aí. A talentosa autora de Contos de Meigan faz parte do grupo de autores cujos contos integram a antologia Angelus: histórias fantásticas de anjos (capa acima, aliás, linda. Meus parabéns ao capista Dimitri Uziel), publicada pela editora Literata.
A segunda novidade também diz respeito a outra publicação da Roberta; Meu amor é um mito, outro livro de contos publicado pela editora Draco.



Dark Writer



Dark Writer é o pseudônimo. O ou a escritor(a), ninguém conhece, mas seu livro já conseguiu muitos leitores. O projeto consiste na liberação dos capítulos da história no site DarkWriterBr, quem quiser faz o download ou lê online e depois opina sobre o que leu. Não há previsão de publicação do livro, apesar de muita gente torcer positivamente. É realmente um ótimo projeto, para os seguidores no twitter e facebook são liberadas de vez em quando ilustrações relacionadas ao “futuro” livro. Me interessei, estou lendo e começo a divulgar. Quem se interessar, é só dar uma olhadinha no site. Quer ler os capítulos? Clique aqui.

23 de out. de 2012

Faults & folies: discovering North & South (Femnista) I

Eu já havia postado algumas traduções artigos de uma webzine chamada Costume Chronicles, de uma blogueira chamada Charity Bishop. Pois bem, a Costume Chronicles agora tem outro nome, Femnista. Lendo os números lançados até agora, descobri vários artigos legais e quero começar a partilhar aqui. O primeiro deles, que aborda Norte e Sul, foi publicado na edição de Maio-Junho de 2011.

Culpas e tolices: descobrindo Norte e Sul (Faults & folies: discovering North & South) Autora (Author): Hannah Kingsley

 Eu adoro ler clássicos, e uma das minhas autoras clássicas favoritas é Jane Austen. Em seus livros, acreditava ter encontrado a perfeição literária: diálogos espirituosos entre os personagens, descrições de cenários e enredos simples, no entanto profundos estão presentes em seus livros. Eu tinha lido quase todo o seu “cânone”, como eu ouvi uma vez chamarem, incluindo suas obras mais populares. Considerava-o como uma espécie de paraíso literário. Até o momento em que eu tropecei na saga de Norte e Sul e meu mundo mudou, por assim dizer.

A primeira vez que conheci a história foi através da minissérie da BBC. O elenco é bom, mostra uma cinematografia bonita e figurinos lindos, assim como uma trilha sonora comovente. Está centrado na Inglaterra industrial, assim como o nome sugere, nas regiões norte e sul. A história mostra o nível dos conflitos sociais e assuntos da classe trabalhadora na Inglaterra da época, ainda assim detalhando o que poderia ser chamada de uma das melhores histórias de amor ficcionais jamais contadas. Não demorou muito para que eu ficasse cativada pela história, Logo após ver a série no Netfix eu comprei uma cópia do DVD e quase imediatamente depois comprei o livro. Após muitas horas gastas em bancos em recantos no campus da minha faculdade, terminei a leitura e continuei maravilhada pela profundidade da qualidade da narração da história encontrada. Em seguida, eu vou tentar explicar claramente sem ser muito específica sobre o enredo, pois eu acho que a história deve ser experimentada (seja no livro ou no filme) com seu maravilhoso senso de mistério intacto.
Nunca pensei que Jane Austen seria desafiada em minha mente como uma das maiores escritoras clássicas da literatura, ainda assim Elizabeth Cleighorn Gaskell, autora de Norte e Sul, talvez tenha mais direito a esse título. Jane Austen disse ter sido criticada em sua própria experiência como autora, dizendo que ela tinha pouco direito de ser uma escritora por causa de sua falta de experiência de vida. Gaskell, por outro lado, casou em um momento de sua vida e teve uma larga experiência de vida. Por exemplo, uma coisa que achei interessante sobre o livro é que a história permite a revelação das perspectivas dos personagens masculino e feminino em diferentes momentos quando é apropriado. Isto é algo que nunca encontrei, ou ao menos não no mesmo nível, na obra de Austen. Isto traz uma nova dimensão ao romance típico do século XIX e dá ao leitor um vislumbre maior de como era a vida durante essa época. Um exemplo disso é demonstrado no estilo de vida dos trabalhadores do moinho, e aprendemos como greves afetavam os donos das usinas de algodão e seus empregados.
A experiência de vida mais ampla de Gaskell talvez tenha sido o fator que tenha permitido ao seu livro explorar um terreno social mais amplo, da extrema pobreza aos aristocratas orgulhosos. Gaskell transporta o leitor para um mundo em ritmo acelerado e lutas lentas, onde todos se esforçam por um motivo ou outro. Geralmente isso aparece na forma de funcionários confrontados pelos patrões ou novos pensamentos marcados contra tradição. Nós percebemos o senso de humanidade partilhada por todos e as relações entre as pessoas. Ao contrário de Austen, Gaskell parece ter uma escrita mais séria do que espirituosa. Em ambos o livro e a série da BBC, sua seriedade abrangente pode ser apreciada quase mais do que o estilo de escrita com um tom de gozação humorado por causa da profundidade que ela traz a sua história.
Além da seriedade e do olho para a estrutura social incluída na história, a profundidade dos personagens em Norte e Sul é incomum. Eu tenho lido muitos livros escritos nos séculos XVIII e XIX e muitos deles tendem a fazer com que o leitor assuma que os personagens nos romances têm ao menos uma fé cristã e freqüentam a igreja, incluindo temas morais, no entanto, este romance estabelece um novo padrão para inclusão flagrante do Cristianismo. Isto não aparece tão claramente na série, mas está de alguma forma presente. No livro, Gaskell fornece detalhes sobre orações, fé, as dificuldades e diferenças de opiniões que membros do primeiro clero encaram, e um forte senso de consciência sobre os erros dos outros; o prazer do correto está claro ao longo do livro. Isto é algo que deixa você conhecer muito mais o funcionamento mais profundo de cada personagem do que a maioria dos romances do século XIX.
Os personagens de Gaskell são loucos e cheios de defeitos, mas também tem o desejo forte de fazer o bem. Orgulho e preconceitos não estão presentes somente nas obras de Austen, mas com um novo e talvez mais significativo potencial. Os personagens de Gaskell possuem uma força gentil e determinação que de alguma forma parece incomum. Eles servem não só como inspiração para a imaginação do leitor, mas também para mover seu coração. Eles parecem desfiar sua integridade, como um amigo confiável, ou oferecer conselhos que consideram íntegros acima das circunstâncias. Ou talvez eu seja a única que nutra amizade com personagens ficcionais do século XIX.

17 de out. de 2012

Crepúsculo de Stephenie Meyer – DL 2012


Tema: Graphic novel
Mês: Outubro de 2012 (Livros 3 e 4)
Leitura do mês: Crepúsculo (vol.1 e 2)
Autoras: Stephenie Meyer, Young Kim
Editora Intrínseca, 224 p./ 232 p.

Primorosamente ilustrado por Young Kim e com a atenta revisão de Stephenie Meyer, Crepúsculo: Graphic Novel é uma adaptação com qualidade rara: consegue mostrar a visão que a própria autora tem de sua obra original em um ambiente que, para ela, é inteiramente novo - as imagens. A história acompanha Isabella Swan, que, ao se mudar para a melancólica cidade de Forks e conhecer o misterioso e atraente Edward Cullen, vê sua vida dar uma guinada emocionante e assustadora. Com olhos dourados, voz hipnótica e dons sobrenaturais, Edward é ao mesmo tempo irresistível e impenetrável. Até então ele vinha conseguindo ocultar sua verdadeira identidade, mas, diante de Bella, terá de reavaliar suas convicções. (Sinopses: Skoob Volume 1 e Volume 2)

Mesmo não sendo fã da história, valeu a lida, por vários motivos: mesmo os desenhos tenham um tom sombrio e sejam totalmente diferentes dos dois primeiros livros que li para essa categoria do Desafio (pois neles as cores estão presentes em abundância). Os desenhos devem acompanhar a história, e Forks é uma cidade chuvosa, então está tudo bem. O que eu mais gostei mesmo foi outra “representação” para Edward Cullen, um personagem que me tirou do sério (no péssimo sentido) enquanto lia a série de Meyer (é, eu li). Queria muito dar outra cara para esse personagem para só assim desvinculá-lo de Robert Pattinson (ator do qual eu sou fã). Um livro legal de ler.

O Hobbit de J.R.R. Tolkien – DL 2012



Tema: Graphic novel
Mês: Outubro de 2012 (Livro 2)
Leitura do mês: O Hobbit
Autores: J.R.R. Tolkien, Charles Dixon, David Wenzel
Editora Devir, 140 p.

Baseada na obra do escritor J. R. R. Tolkien, a HQ conta a história de Bilbo Bolseiro, um Hobbit pacato e satisfeito cuja vida vira de cabeça para baixo quando ele se junta ao mago Gandalf e a treze anões em sua jornada para reaver um tesouro roubado. Esta versão em quadrinhos foi condensada por Charles Dixon e ilustrada por David Wenzel. (Sinopse: Skoob)

Eu sempre quis ler O Hobbit ilustrado, e quando soube da existência deste livro, corri atrás. É a mesma história que Tolkien narra em seu primeiro livro publicado (o qual esse ano completou 75 anos de aniversário de publicação), com a diferença de que o leitor (que já leu o livro) nota a ausência daquela linguagem rebuscada utilizada por Tolkien. Utilizando uma linguagem um pouco mais acessível e com uma narrativa leve, vemos a aventura de Bilbo Bolseiro tomar vida nas páginas deste livro. A ilustração mais impressionante, claro, é de Smaug, deitado sobre o tesouro dos anões. Um livro muito indicado a qualquer um, fã ou não do mestre.

Pride and Prejudice de Jane Austen – DL 2012


Tema: Graphic novel
Mês: Outubro de 2012 (Livro 1)
Leitura do mês: Pride and Prejudice
Autoras: Jane Austen, Nancy Butler
Editora Marvel Books, 120 p.

It is a truth universally acknowledged, that a single man in possession of a good fortune must be in want of a wife... Tailored from the adored Jane Austen classic, Marvel Comics is proud to present Pride & Prejudice! Two-time Rita Award-Winner Nancy Butler and fan-favorite Hugo Petras faithfully adapt the whimsical tale of Lizzy Bennet and her loveable-if-eccentric family, as they navigate through tricky British social circles. Will Lizzy's father manage to marry off her five daughters, despite his wife's incessant nagging? And will Lizzy's beautiful sister Jane marry the handsome, wealthy Mr. Bingley, or will his brooding friend Mr. Darcy stand between their happiness. (Sinopse: Skoob)

Para quem conhece o romance mais famoso de Jane Austen, essa graphic novel (dividida em cinco volumes), pode ser uma nova versão de Orgulho e Preconceito, não só pelas imagens, mas por manter o mesmo tom do romance original. E para quem não conhece, é uma ótima chance de se apaixonar por Darcy e Lizzie e experimentar o que só a leitura de um romance de Jane Austen é capaz. Apesar de não ser fã da Marvel e seus quadrinhos, gostei das ilustrações, pois mesmo não retratando alguns personagens como eu sempre imaginei, também não fogem muito a regra.

8 de out. de 2012

Magical doorways (Costume Chronicles – C.S. Lewis Especial)

O último artigo que traduzi da webzine Costume Chronicles. Essa edição foi totalmente dedicada a C.S. Lewis, publicada em 2011.

Portais mágicos (Magical doorways)
Autora (Author): Christine Fitzner.

Tocas de coelho, guarda-roupas, tornados... apenas três das maneiras que as crianças de suas respectivas histórias são transportadas de suas vidas mundanas para mundos mágicos e paralelos. Nosso fascínio por outras terras e os “guarda-roupas” para alcançá-los está espalhado em toda a literatura. Da mitologia antiga, quando as outras dimensões eram vistas como partes físicas da terra (o submundo, os deuses do Olimpo) a fantasia moderna, não há como negar que este é um tema que tem grande apelo para nós. 
Meu próprio fascínio começou, como eu suspeito que para muitos na infância, com O Mágico de Oz, embora eu não recomende que alguém tente o método de transporte de Dorothy para chegar a Oz! O filme de televisão de 1985 Alice in Wonderland / Through the Looking Glass também ocupa um lugar fixo em minhas memórias e, possivelmente, é a raiz da minha fixação em espelhos-como-portais. A partir destas primeiras influências, eu me coloquei atrás de espelhos antigos, procurei por casas de gnomos nas árvores, e fique atenta para ver coelhos brancos em coletes. 
Brincar de fingir não é incomum, como a maioria das crianças faz, mas muitas vezes eu me pergunto quando elas crescem, se elas algum dia ultrapassam essa fase. Passei a maior parte da minha infância procurando portas secretas, salas e corredores na casa da minha avó, empurrando armários cheios de roupa, convencida de que havia algo maravilhoso e misterioso na parte de trás. Mesmo na adolescência eu fingia (somente na minha cabeça) que era uma noviça em Avalon por trás das névoas ou que eu vivia na The Paris Opera House de Gaston Laroux. Sendo tímida e socialmente desajeitada, essas fantasias normalmente envolviam um lugar para me esconder dos meus pares e ser notada pelos outros como alguém especial (algo que minha personalidade acanhada não me deixaria expressar na vida real). 
Deparei-me com Nárnia muito mais tarde, não tendo sido introduzido ao gênero de fantasia fora dos filmes até minha adolescência. Talvez me falte o amor e respeito para com este universo que eu poderia ter tido se o tivesse conhecido quando criança; no entanto, ele ainda atingiu em mim a vontade e o desejo de encontrar um mundo secreto. Como eu assisti ao filme de ação, encontrei-me incrivelmente com inveja de Lucy Pevensie quando ela tropeçou na parte de trás do armário para a Nárnia cheia de neve. Não tenho certeza se teria gostado de encontrar a Feiticeira Branca ou lutar uma batalha contra ela, mas a descoberta é certamente atraente. 
Como as décadas seguem e o mundo habitual torna-se mais científico e tecnológico, há menos espaço para a admiração. Enquanto há muitas coisas que não podemos explicar, ainda assim, há muito que podemos explicar. O espaço para a descoberta está encolhendo, aparentemente relegado para estudiosos e cientistas. A magia do mundo está desaparecendo. Precisamos dessas histórias em nossa consciência coletiva, precisamos de C.S. Lewis para nos mostrar o caminho para a magia escondida, porque um mundo desprovido de magia é um lugar realmente sombrio. O desejo de fugir, de ser transportados para Nárnia, Oz, ou mesmo para o país das Maravilhas é tão arraigado em nossa cultura que não parece justo que não exista um guarda-roupa mágico esperando em algum lugar para cada um de nós. 
Ou será que existe?

25 de set. de 2012

Jogos Vorazes: guia do tributo (Emily Seife)


Título: Jogos Vorazes: guia do tributo
Autora: Emily Seife
Editora Prumo, 128 p.

O guia do tributo é um livro para fãs. O leitor pensa que vive em Panem, dada a linguagem deste livro, onde se explica a história deste país (que surgiu no lugar dos EUA, após o mundo entrar em colapso devido às constantes guerras e destruições do meio ambiente). A autora descreve qual a atividade exercida por cada distrito, de que forma a Colheita é realizada, a viagem para a Capital, quem são os tributos da 74ª edição dos Jogos Vorazes, informa dados sobre a preparação para os jogos, envolvendo as entrevistas, os treinamentos e o caminho até a arena. Também apresenta o presidente Snow e o chefe dos idealizadores dos jogos, Seneca Crane. O melhor atrativo do livro diz respeito a linguagem, pois a autora conseguiu utilizar o tom enganador que aqueles que já leram os livros reconhecem como sendo das propagandas sobre o quanto a Capital faz o bem para todos, ou seja, propaganda enganosa. Muito do que está aqui o leitor conhece (se viu o filme e leu os livros). Mesmo assim, vale a leitura.

Assassin’s creed Irmandade (Oliver Bowden)


Título: Assassin’s creed Irmandade
Autor: Oliver Bowden
Editora Galera Record, 387 p.

Ezio Auditore ainda está estupefato, assombrado com o que viu e ouviu na câmara. Deixando Rodrigo Bórgia para morrer, ele sai do lugar em direção aos seus companheiros e narra seu “encontro” com a deusa Minerva e a orientação que ela lhe deu sobre a Maçã. Agora, eles precisam fugir para evitar serem capturados pelos guardas dos Bórgia. Quando Cesare Bórgia, filho de Rodrigo, ataca a fortaleza de seu tio, mata Mario e consegue pôr as mãos na Maça, Ezio novamente jura vingança. A irmandade dos Assassinos está sem líder agora e desconfianças sérias quanto à fidelidade de alguns membros começa a ser questionada. Ao mesmo tempo em que Ezio tenta descobrir quem é o verdadeiro traidor, ele precisará lidar com Cesare, doente e louco por poder. Um novo papa é escolhido e a vida parece estar voltando ao normal, mas enquanto Ezio não matar Cesare Bórgia, a irmandade dos Assassinos não poderá ter descanso.  

Como no primeiro livro, uma leitura de tirar o fôlego. Os acontecimentos são corridos e as batalhas são constantes. A cada momento, o leitor está em uma parte diferente da Itália. Poucas vezes dá para se ter noção dos anos passando, porque a cada momento Ezio está envolvido em uma luta diferente. Talvez esse seja um ponto negativo do livro, mas a história continua carregada de aventura e novas descobertas.

17 de set. de 2012

O trono de fogo de Rick Riordan – DL 2012


Tema: Mitologia universal
Mês: Setembro de 2012 (Livro 3)
Leitura do mês: O trono de fogo
Autor: Rick Riordan
Editora Intrínseca, 398 p.

Carter e Sadie estão de volta a casa do Brooklyn, agora uma sede de treinamento para jovens do mundo todo que descendem de linhagens faraônicas. Desta vez, eles precisam encontrar os pedaços do Livro de Rá, o deus Sol, e decifrá-lo para poder vencer uma batalha contra Apófis, o deus do caos. Eles só têm cinco dias para decifrar o livro, despertar Rá e evitar que Apófis se liberte de sua prisão milenar. No meio disso, Carter lida com uma “paixonite obsessiva”, enquanto Sadie suspira pelo deus Anúbis e por Walt, um dos seus aprendizes. Quando Sadie volta a Londres para celebrar seu aniversário com suas amigas, tudo dá errado e assim, novamente os irmãos embarcam em uma nova aventura, lidando com novos inimigos e com as dúvidas dos deuses sobre o despertar de Rá. A Casa da Vida, com Desjardins como Sacerdote-Leitor Chefe, agora oferece um perigo maior, pois um mago poderoso parece estar controlando Desjardins totalmente, e os irmãos precisam descobrir se despertar o deus Sol realmente os ajudará na luta contra o caos.

Novos deuses são apresentados, assim como o mito do nascimento do sol e a luta da Ordem contra o Caos. Riordan continua, em meio a aventura principal, apresentando as várias facetas dos deuses egípcios. Desde o primeiro livro, o autor utiliza algumas passagens cômicas para expressar as dúvidas e descobertas pertinentes à adolescência. Neste segundo livro, estas passagens conseguem ser mais engraçadas. Uma excelente sequência.

A pirâmide vermelha de Rick Riordan – DL 2012


Tema: Mitologia universal
Mês: Setembro de 2012 (Livro 2)
Leitura do mês: A pirâmide vermelha
Autor: Rick Riordan
Editora Intrínseca, 445 p.

Carter Kane e seu pai Julius estão em Londres para a costumeira visita a irmã de Carter, Sadie, que vive com os avós maternos desde a morte da mãe deles. Julius Kane é um arqueólogo e egiptólogo conhecido no mundo todo. Nesta noite, uma véspera de Natal, Julius resolve levar os filhos para o British Museum, onde ele afirma para os filhos que irá “consertar” as coisas. No entanto, tudo dá errado, pois Dr. Kane acaba libertando os principais deuses do panteão egípcio: Set, Osíris, Hórus, Néftis e Ísis. O maligno deus Set aprisiona Julius em um caixão e o enterra, jurando perseguir seus filhos. A confusão está armada, Carter e Sadie não entendem nada e acabam sendo levados por um homem chamado Amós para uma casa no Brooklyn, Estados Unidos. Só que nem tudo parece seguro: sua nova casa é atacada e eles precisam fugir para salvar suas vidas. A partir daí, os irmãos Kane embarcam em uma aventura louca e cheia de imprevistos para salvar seu pai, e no caminho descobrem a verdadeira história de sua família, qual seu vínculo com um grupo secreto de magos poderosos que existe desde o tempo dos faraós e qual a real fonte de seus poderes.

Eu simplesmente amei este livro. Desde que assisti a desastrosa adaptação de Percy Jackson para o cinema, fiquei com um pé atrás com Rick Riordan (como se a culpa do filme ruim fosse do autor....), então estava muito na dúvida com essa nova série. Não me arrependi. O livro, narrada em primeira pessoa (alternando entre os irmãos) é repleto de informações históricas e curiosas sobre o Egito Antigo, principalmente sobre sua mitologia. Conhecemos um pouco da história de Osíris, Ísis e Hórus, da eterna disputa pelo poder entre Set e Osíris e do papel que cada um dos mais importantes deuses egípcios desempenhava. Um dos pontos altos é a maneira como Riordan explorou as variações de um mesmo mito. Por exemplo, uma das variações: quando Osíris é aprisionado pelo irmão Set, seu caixão é quebrado e o pedaço espalhado por vários cantos do Egito. Ísis foge, reúne os pedaços e revive Osíris tempo suficiente para que ela engravide de Hórus, o qual mais tarde derrota Set e assume o trono. Existe outra variação em que Hórus é irmão de Osíris e Ísis, ao invés de filho. Os três, junto a Set e Néftis, são filhos de Geb e Nut. Riordan expõe cada variação de uma forma que o leitor não se confunde. Ele também menciona objetos famosos, como a Pedra de Roseta, e explica sua história. Este livro reúne todos os elementos de uma deliciosa aventura infantojuvenil: aventura, diversão e educação.

16 de set. de 2012

A epopéia de Gilgamesh – DL 2012



Tema: Mitologia universal
Mês: Setembro de 2012 (Livro 1)
Leitura do mês: A epopéia de Gilgamesh
Autor: Anônimo
Editora Martin Fontes, 182 p.

Gilgamesh foi o rei de Uruk. Dotado de grande poder e e beleza pelos deuses, Gilgamesh se tornou um homem forte e um grande guerreiro. Ele conquistava todas as cidades, todas as mulheres e não havia outro homem que pudesse se equiparar a ele. Até o momento em que os deuses, escutando os lamentos do povo que Gilgamesh não poupava, decidiram criar um “rival”. Enkidu nasceu da imagem criada pela deusa Aruru. Enkidu era um homem selvagem, que vivia nas colinas dentre as feras que aceitavam sua companhia como se fosse seu igual. Um caçador o encontra e, assombrado com sua força selvagem, fala com Gilgamesh, que entrega ao caçador uma rameira para que a mulher o tentasse. O encontro acontece, Enkidu cede e perde a capacidade (por assim dizer) de conviver em harmonia com os animais. Quando se deitou com a mulher, ele se tornou realmente um homem. Impressionado com o que ela conta sobre Gilgamesh e seu reino, Enkidu resolve desafiá-lo. A luta entre ambos é assustadora. Quando Gilgamesh tropeça na muralha da cidade, Enkidu o ajuda. O rei Gilgamesh percebe que encontrou o amigo dos seus sonhos premonitórios, já que Enkidu, ao invés de matá-lo como deveria, venceu a luta sem sangue derramado.

Uma história que vale a pena ser lida por diversos motivos. O texto reporta a uma cultura quase muito antiga, da qual poucos são os registros que ainda temos hoje. A antiga região da Mesopotâmia (que hoje abarca alguns territórios do Oriente Médio) é a região “berço do mundo”, onde a própria civilização nasceu, onde surgiram as primeiras formas de escrita. Além disso, se refere a uma cultura que poucos conhecem, mas que faz parte da história da humanidade. Este tipo de poema é o único que me dar prazer em ler (talvez porque contem histórias sobre mitologias e heróis épicos). Uma história onde aventura, moralidade e tragédia se reúnem, esse livro é indicada não somente por precederem as epopéias de Homero mas por sua qualidade e originalidade.

4 de set. de 2012

Teaching fantasy novels (Phyllis J. Perry)



Título: Teaching Fantasy Novels: from
The Hobbit to Harry Potter and the Goblet of Fire
Autora: Phyllis J. Perry
Editora Teacher Ideas, 185 p.

The High King, The lost years of Merlin, Os túmulos de Atuan, As Crônicas de Nárnia: o leão, a feiticeira e o guarda-roupa, A lunêta âmbar, Harry Potter e o Cálice de Fogo, O Hobbit,... Estas são algumas obras mencionadas no livro de Phyllis Perry. Ela resume cada uma das histórias e fornece um pequeno guia dos personagens principais, além de disponibilizar questionários e idéias para atividades que professores podem realizar em sala de aula. O livro todo ensina que as obras clássicas da literatura podem ser excelentes instrumentos de ensino em sala.

Minha Cinderela interior (Graziella Mafraly)



Título: Minha Cinderela interior
Autora: Graziella Mafraly
Editora PerSe, 168p.

Laura tem 19 anos, é universitária e pensa que é muito gorda para que nenhum cara possa se interessar por ela. Até Victor, mandão, ciumento, possessivo e controlador, aparecer em sua vida. Laura sempre reparou nele na faculdade, sem saber que ele também estava de olho nela. Desde o início, Victor é claro: quer ficar com Laura, a seguiu para saber onde morava e até começou um tratamento dentário para se aproximar dela (ele odeia dentista). Eles começam a namorar, e mesmo com uma prima de Victor sempre tentando deixar Laura por baixo, o relacionamento evolui, Mas Laura já percebeu que existe alguma coisa errada com seu namorado. E não se trata de Victor está aberto a variadas opções na cama...

O título deste livro é bastante sugestivo. A protagonista sofre de um “complexo de Cinderela” (mais ou menos). No início, fiquei com muito pé atrás com Victor, e comecei a ficar com raiva achando que ele fosse brincar com os sentimentos de Laura, mas o que me surpreendeu foi sua honestidade desde o início. Também foi muito fácil se identificar com Laura (que menina aos dezenove anos não se sente insegura da aparência?). A narrativa leve torna a história muito boa. Adorei.

20 de ago. de 2012

Fazendo meu filme 1 (Paula Pimenta)


Título: Fazendo meu filme 1: a estréia de Fani
Autora: Paula Pimenta
Editora Gutemberg, 327p.

Estefânia, ou como ela prefere, Fani é uma adolescente normal, louca por filmes (sua coleção de DVDs é invejável), tem grandes amigos, e é apaixonada pelo professor de biologia. No segundo ano, ela tem a chance de fazer um intercâmbio. Mas Leo, seu melhor amigo, não demonstra muito entusiasmo pela idéia. Do nada, ele se afasta de Fani e começa a andar (e namorar) com Vanessa, uma colega antipática. Fani estranha a mudança, mas não fala nada por achar que ela não tem culpa de nada. O dia da prova de seleção para o intercâmbio chega e Fani pensa que se deu mal, mas fica surpresa quando descobre que foi aprovada. A partir daí começam os preparativos para sua viagem a Inglaterra. Ao mesmo tempo, Fani descobre o verdadeiro caráter de seu professor e precisa lidar com o sentimento especial recém descoberto por Leo. Será que ela vai ter tempo de se declarar antes de viajar? E Leo, será que ele ainda sente o mesmo? 

FINALMENTE!!!! Faz muito tempo que só ouço falar maravilhas dos livros de Paula Pimenta, mas só agora conseguir ler o primeiro dos quatro sobre Fani. O que eu posso dizer? Adorei a história. Ninguém exagera quando dizem que a Paula é a nossa Meg Cabot. Da mesma forma que a escritora americana, Paula Pimenta consegue fazer com que nós, leitoras, voltemos no tempo. Fani é muito divertida, e suas confusões sentimentais me fizeram lembrar a mesma época da minha vida. Mal posso esperar para ler os outros.

Arte da capa – trilogia Jogos Vorazes


Achei esse artigo durante um momento “nada pra fazer”. Sempre fui meio curiosa sobre as capas de livros, porque é inegável que elas são um dos principais fatores que me levam a olhar para um livro em uma estante abarrotada. Com Jogos Vorazes não foi diferente. A capa me intrigou assim que vi os livros e, ok, eu vi o filme antes do livro, então descobri logo o papel principal do tordo na história. Mas mesmo quem não leu o livro ou viu o filme, percebe que aquele pássaro tem alguma coisa a ver com o enredo, já que ele aparece nas três capas. Então, foi legal saber como surgiu a idéia para as imagens. O artista Tim O’Brien, em 2008, publicou em seu blog a arte conceitual até o resultado final da capa da trilogia. Quem quiser dar uma olhadinha, é só clicar abaixo. 



Micaela & Marie (Luciane Rangel)


Título: Micaela & Marie
Autora: Luciane Rangel

Micaela se muda para a Espanha para cursar a faculdade. Recentemente, ela havia terminado um relacionamento conveniente e quis dar uma geral na própria vida. Ela conhece Marie, uma jovem estudante irlandesa obcecada com questões ambientais (o fato de sempre jogar no lixo que encontra no chão faz com que Micaela a considere uma quase psicótica pelo assunto). Marie é a primeira a reconhecer Micaela como uma guardiã e tenta se tornar amiga dela, mas Mic é muito fechada e no início não permite uma aproximação. Marie não desiste, no entanto, e começa a intrigar a outra com seu jeito bem humorado e extrovertido. O fato de Marie namorar garotas a surpreende no início, mas não é algo que faz com que ela se afaste, pelo contrário. À medida que elas conhecem melhor, Mic também percebe que Marie é uma mulher linda, mas só após ela declarar o que sente é que Mic também percebe o verdadeiro caráter do sentimento que tem pela irlandesa. O relacionamento avança, mas o desafio está por vir, pois cada uma ainda precisa se assumir perante suas famílias. 

Após ler Guardians volume 1, eu já sabia das conseqüências dessa atitude delas. Ainda que só mencionando esse fato no primeiro livro da trilogia Guardians, Luciane mostra o que acontece quando Maire e Micaela resolvem assumir para todos que estão juntas. Mas foi só lendo este livro que percebi a amplitude desse ato, e o quanto elas sofreram (meu estômago enrolou nas cenas em que elas se abrem para suas famílias e não pude deixar de morrer de pena de Micaela). Considerando o mundo em que vivemos, quando muitos homossexuais sofrem preconceito, o livro consegue demonstrar o que acontece quando as famílias não aceitam a orientação sexual de seus jovens. Não sei se eu estou simplesmente querendo ver o que não existe, mas talvez a história contenha uma mensagem subliminar de “não ao preconceito”. E novamente, parabéns a Luciane Rangel, uma escritora jovem de livros para jovens, por conseguir abordar um tema polêmico como esse de maneira simples e desprovida de preconceitos.

7 de ago. de 2012

Os arquivos perdidos (Pittacus Lore)


Título: Os arquivos perdidos: os legados da número Seis
Autor: Pittacus Lore
Editora Intrínseca, 66p.

A número Seis e sua cêpan Katarina vivem de cidade em cidade, tentando passar desapercebidas, fazendo de tudo para não chamar atenção para si mesmas. Nesse meio tempo, katarina treina Seis em combate e estratégia, enquanto seus legados não se desenvolvem. Por duas vezes, elas encontram mogadorianos em seu caminho, no entanto, não tem tanta sorte para escapar na segunda vez. Tudo porque Seis cai na armadilha dos mogs. Sua perna já havia doido com a ardência da primeira cicatriz uma vez, e assim ela soube que o número Um estava morto. Quando ela e Katarina vêem em um blog a mensagem: “Nove, agora oito. O restante de vocês está por ai?”. Ansiosa para conhecer outra pessoa de seu grupo de nove refugiados de Lorien, Seis responde a mensagem. Logo em seguida, mais uma cicatriz surge em seu tornozelo e ela percebe que Dois morreu e que os mogs a encontraram. Elas fogem, mas os mogs a encontram. Ela assiste a morte de sua cêpan, passa por vários métodos e tentativas de assassinato e descobre um de seus legados. Algumas partes da história de Seis são reveladas em O Poder dos Seis, no entanto, esse livro conta com muito mais detalhes, até o momento em que ela descobre sobre os estranhos acontecimentos em Paradise e sobre o número Quatro, John. Um livro complementar.

O dom da amizade (Colin Duriez)


Título: O dom da amizade: Tolkien e C.S. Lewis
Autor: Colin Duriez
Editora Nova Fronteira, 310 p.

Neste livro, são abordadas as vidas de Tolkien e C.S. Lewis. Desde a infância, passando por seus anos de estudo, analisando as obras, autores e acontecimentos que influenciaram em suas escritas, analisando suas vidas durante a I Guerra Mundial, até chegar no momento em que firmaram amizade. Os encontros dos Inklings, quando Nárnia e a Terra-média ganhavam seus primeiros espectadores, a publicação dos livros e o respectivo sucesso, o papel de Tolkien na conversão de Lewis ao catolicismo, suas mortes. Colin Duriez, entremeando os acontecimentos na vida de cada um, narra a história de dois dos maiores escritores de fantasia, enfocando a amizade existente entre eles. O livro também conta com uma cronologia da vida de Tolkien e Lewis e um belo texto sobre a popularidade das obras de ambos os escritores. Um livro muito recomendado.

1 de ago. de 2012

Drácula de Bram Stoker – DL 2012


Tema: Terror
Mês: Agosto de 2012
Leitura do mês: Drácula
Autor: Bram Stoker
Editora Martin Claret, 438 p.

Um corretor de imóveis chamado Jonathan Harker viaja para a Europa central para negociar com um nobre romeno, Conde Drácula, interessado em adquirir uma propriedade na Inglaterra. Apesar de alguns fatos estranhos, o negócio se concretiza. Mas o corretor começa a ficar apavorado. De volta a Londres, o rapaz começa a perceber a relação entre acontecimentos noticiados pela imprensa local, ocorrências no seu círculo de amizades, com destaque para o médico Seward e Van Helsing, e a chegada do nobre à cidade. Eles se organizam para desarticular o plano de Dracula, interessado em reproduzir na maior cidade de então o mesmo domínio que exerce sobre os habitantes da Transilvânia. Jonathan e sua noiva Mina também agem. Mas um triste acontecimento frustra os planos do grupo por um tempo até a caçada se reiniciar. 

Um livro difícil de ler. As descrições no início são exaustivas, mas mesmo para alguém que não é fã de terror como eu o livro vale a pena. Estava com saudade do vampiro “normal”, que morre com uma estaca no coração e bebe sangue humano. Apesar de ter certeza de que não vou ler esse livro de novo, recomendo.

30 de jul. de 2012

Contos de Meigan (Roberta Spindler e Oriana Comesanha)


Título: Contos de Meigan: a fúria dos cártagos 
Autoras: Roberta Spindler e Oriana Comesanha 
Editora Dracaena, 617p. 

Maya Muskaf está voltando para Meigan após um longo período de ausência. Há um tempo ela e sua mãe não se falam, ambas magoadas por brigas do passado. Agora, ela está de volta, ansiosa para ver Katur, capital de Meigan, e sua mãe Liza mais uma vez. No entanto, durante a viagem, a caravana da qual faz parte encontra um dos portões no Solo Sagrado destruído e corpos por todo o lado. Um dos mortos Maya reconhece muito bem e percebe que a situação é grave: os cártagos conseguiram invadir Katur, mesmo com os guardiões lutando para impedir. No meio da luta, a garota é salva por um deles e ambos correm para a cidade, mas acabam chegando tarde demais. Com a morte de sua mãe, Maya deve assumir o cargo de Shyrat, mas não se sente preparada para isso. Na verdade, o que ela mais queria era se vingar pelo assassinato da mãe, Embarcando em uma viagem louca, ela conhece Keyth e descobre mais do que gostaria sobre o guardião que a protege.Quando finalmente se sente preparada para assumir o cargo de sua mãe, um acontecimento inesperado faz com que seu mundo vire de cabeça para baixo. Será que Maya conseguirá derrotar os cártagos e assumir seu lugar como Shyrat? E o que será dos guardiões e Seth? 

Preciso falar desse livro por partes. Eu o descobri em um dos anúncios da editora Dracaena e de cara a capa me chamou a atenção. Fiquei muito mais surpresa quando vi que, além de um título nacional, as autoras eram paraenses (minhas conterrâneas!). E quando, em uma conversa pelo facebook com a Roberta, descobri que ela era fã de Tolkien, aí não teve como. Comprei em mãos com ela porque queria autografado (aliás, obrigada, Roberta, por ir me encontrar onde eu estava, já que o normal era eu ter ido onde você se encontrava. Só me arrependi de não ter tirado uma fotinho...), mas ainda demorei um pouco pra ler (a pilha de livros é grande). Comecei a ler e terminei em 3 dias. Amei a história toda. O livro contém todos os elementos que uma excelente fantasia deve ter: lugares sagrados, poderes sobrenaturais que regem o mundo, personagens enigmáticos e cativantes, dimensões paralelas, um romance proibido... Ok, essa última parte é mera suposição (que eu quero MUITO que se torne realidade). Talvez por saber que a Roberta é fã de Tolkien, eu vi muita influência do autor na história (na descrição de Anahat e Katur, por exemplo). Uma história que prende a atenção desde o início e deixa um gosto de quero mais, torna esse livro uma excelente leitura para os apaixonados por fantasia. Mil estrelinhas.