22 de mar. de 2024

O feminismo é para todo mundo (Bella Hooks) - DLL 2024


 

Título: O feminismo é para todo mundo: políticas arrebatadoras 
Autora: Bell Hooks 
Mês: Março 
Tema: Um livro com protagonismo negro 
Editora Rosa dos Tempos, 176p. 

Com uma linguagem direta, o leitor é incentivado a participar de projetos em prol da popularização do movimento feminista, a partir da construção da justiça social. Para reivindicar direitos iguais para todos, primeiro se precisa entender como funciona o movimento feminista, inclusive a partir da perspectiva de feministas negras. O livro traz respostas para perguntas sobre movimento, incluindo temas como educação, sexualidade, violência, direito reprodutivo e muitas outras questões. 

Eu esperava muita coisa desse livro. Esperava que fosse um livro grosso (pelo preço que vi sendo vendido), que a linguagem fosse muito formal e a leitura fosse difícil. Me enganei em tudo. O livro é fino, a linguagem é acessível e a leitura é de fácil entendimento. É interessante como a autora foca no movimento feminista como um todo, nas conquistas e o que falta para o movimento melhorar, inclusive no que diz respeito a questão da igualdade entre mulheres de todas as raças. Um dos melhores livros do ano, isso eu já posso dizer com certeza.

20 de mar. de 2024

Cleopatra (Zahi Hawass e Franck Goddio) - DLL 2024


 

Título: Cleopatra: the Search for the last queen of Egypt 
Autores: Zahi Hawass e Franck Goddio 
Mês: Março 
Tema: Um livro com a capa mais bonita da estante 
Editora National Geographic Society, 255p. 

Cleópatra e o imaginário que a cerca cativa o mundo por cerca de 2.000 anos. Por todo esse tempo, ela é uma das mulheres mais impressionantes do mundo, devido ao que se sabe realmente sobre ela, mas muito mais graças a lenda na qual ela se transformou quando preferiu se matar ao invés de servir de espetáculo para Roma. Ao longo dos anos, os renomados arqueólogos Franck Goddio e Zahi Hawass descobriram no deserto e no mar artefados religiosos e da via diária que descortinam um pouco mais sobre a vida da última rainha do Egito. 

Eu confesso que a escolha do livro para esse tema foi meio difícil, porque eu queria incluir livros comprados até o momento da leitura desse tema. Infelizmente, os que eu queria comprar estavam além das possibilidades no momento, então tive que me contentar com o que eu já tinha na estante. A sorte é eu tenho realmente alguns livros com capas bem bonitas, mas esse supera a maioria. Não sei se porque eu adoro qualquer coisa sobre Celópatra, ou porque esse livro foi escrito pela sumidade que é Zahi Hawass, ou simplesmente por conta da capa mesmo, que é linda. De qualquer forma, foi uma ótima leitura. 
A primeira impressão que dá é que o título engana, e que o livro não fala muito de Cleópatra devido ao fato de que ao longo dos capítulos, os autores focam nas descobertas arqueológicas feitas ao longo do tempo. A questão é que esse livro é parte de uma exibição feita para mostrar os resultados das últimas descobertas e discussões sobre a última rainha do Egito, sobre a vida que ela levava, sobre a vida no Egito de sua época e a esperança de se encontrar seu túmulo.

18 de mar. de 2024

Barbie e o império da Mattel (Robin Gerber) – DLL 2024

Título: Barbie e o império da Mattel 
Autora: Robin Gerber 
Mês: Março 
Tema: Uma biografia 
Editora HarperCollins, 272p. 

Ruth Handler, antes Ruth Mosko, era filha de imigrantes judeus poloneses. Criada pela irmã Sarah e seu marido, Ruth desde cedo desenvolveu uma forte vontade de assumir responsabilidades. Fez faculdade e trabalhava ao mesmo tempo. Na juventude, conheceu o homem que mais tarde seria seu marido, Isadore Elliot Handler, ou somente Elliot Handler, um jovem artista judeu. Apesar de no início sua irmã Sarah não concordar com o romance, Ruth e Elliot decidem se casar. A primeira parceria de tino comercial entre o casal começou com um pequeno ateliê montado primeiro na garagem de seu apartamento e depois mudado para uma antiga lavanderia, onde Elliot daria livre curso ao seu talento e Ruth venderia os objetos criados pelo marido (dentre os primeiros objetos a serem vendidos estavam marcadores de livros, bandejas, castiçais, dentre outros, feitos de uma combinação de madeira e plexigas). A primeira encomenda veio da loja Zacho’s. À medida que a pequena empresa, Elzac, decolava, Ruth engravida de sua primeira filha, Barbara Joyce. 
No entanto, a gravidez de risco a impede de continuar ajudando Elliot. Um novo sócio aparece, enquanto Ruth tenta deixar o papel de empresária de lado e se adaptar ao papel de mãe. A alegria pelo nascimento de seu caçula Kenneth Robert é pontuado pela tristeza de perder seu pai Jacob e em seguida sua mãe Ida. Ruth retorna ao mundo dos negócios e a empresa Mattel é fundada. Ao mesmo tempo, Elliot precisava continuar se dedicando a Elzac, enquanto o tino comercial de Ruth estava mais forte que nunca. Á medida que a Mattel cresce, Ruth ainda precisa se adequar ao papel de mãe (apesar de ser uma mulher realizada no mundo dos negócios, sua vida familiar era pura tensão). 
Quando Ruth e família viajavam pela Europa, Barbara notou uma boneca de plástico duro na vitrine de uma loja de brinquedos. Essa boneca, Lilli, foi a inspiração inicial para Ruth, que queria criar uma boneca diferente das bonecas de papel com as quais a filha brincava quando criança. A partir desse momento, Ruth fez o possível e o impossível para criar a boneca que queria, apesar da descrença de seus funcionários e até de seu marido, que não acreditavam que alguma mãe compraria uma boneca com seios para sua filha. À medida que a fabricação da boneca prosseguia, Elliot começava a produzir os móveis para a casa da boneca. Três anos se passaram até a boneca e seu guarda-roupa ficarem prontos para serem vendidos, quando Ruth passou a se dedicar ao marketing da boneca, chamada de Barbie em homenagem a filha (que não gostou da idéia). 
A venda da boneca não foi o sucesso que Ruth esperava, mas com as férias se aproximando, a propaganda televisiva transformou a Barbie em um fenômeno internacional e a Mattel se tornaria uma das maiores empresas de brinquedos do mundo. Um curso para executivos feito por Ruth abriu seus olhos para as exigências do mundo empresarial e ela passa a deter total controle operacional da Mattel. Foi na década de 60 que a Mattel se expandiu, com Barbie estabelecendo vários marcos. Quando a empresa decidiu responder aos inúmeros pedidos para Barbie arranjar um namorado, surge Ken. 
O nome foi uma homenagem, desta vez ao seu filho (mas Kenneth não gostou). Ao mesmo tempo em que a empresa continuava crescendo, Ruth se tornou mais exigente. A boneca Barbie se expandia e o Hot Wheels se tornava outro grande sucesso de vendas. A reviravolta do destino aconteceu nos anos 70: Ruth descobre ter câncer mamário. Ao remover uma de suas mamas, sua auto-estima desaba, ao mesmo tempo em que problemas na Mattel ameaçam esmagá-la. 
Um novo golpe estava reservado para ela quando ela e Elliot se desligaram totalmente da empresa que criaram. Dedicando-se ao ramo das próteses mamárias, Ruth sofre uma condenação por ter fraudado a Mattel. 
Ao mesmo tempo em que presta seu serviço comunitário, seu novo negócio deslancha. Preocupada com mulheres que sofreram a mesma mutilação que ela, Ruth se dedica a projetar uma nova prótese mais natural e confortável. Assim surge a Nearly Me, quarta companhia fundada por ela. Um golpe profundo estava esperando por ela, no entanto. Kenneth, seu filho, descobre ter AIDS (fato omitido na autobiografia de sua mãe), contraída em uma relação homossexual. Ele falece após cerca de 6 anos. 
Anos mais tarde, Ruth resolve tirar a outra mama, devido a suspeitas não confirmadas de um novo câncer. Em sua velhice, Ruth retoma relações com a Mattel e recebe prêmios por diversas colaborações. 

Barbie sempre representou o fato de que uma mulher tem escolhas. 

Apesar de ser um livro da mesma autora de Barbie & Ruth, uma biografia da criadora da Barbie que eu a li faz um tempo, eu achei que esse livro traria mais informações. Na verdade não trouxe nada de novo, além de uma diagramação melhor que do que a da publicação anterior. Eu gostei porque me fez relembrar algumas coisas sobre Ruth Handler (como o fato mencionado no filme de que ela fez mastectomia dupla e sobre a vida do filho dela). Achei muito justo escolher essa livro para esse mês não só porque o filme Barbie foi esnobado no Oscar (mas cujo personagem masculino entregou uma senhora performance na premiação), mas também porque é o mês do dia da mulher. Muito recomendado.